01/12/2014 12:22:56
Dois documentos cobrando mudanças na gestão e na relação do Banco Brasil com os seus funcionários foram entregues ao ministro das Relações Institucionais, Ricardo Berzoini, ao final da reunião do Comando Nacional dos Bancários e da Executiva da Contraf-CUT, ocorrida nesta quinta-feira (27), em Brasília.
O presidente do Sindicato dos Bancários de Brasília, Eduardo Araújo, apresentou ao ministro uma carta com diversas propostas para o fortalecimento do Banco do Brasil, enquanto banco público.
Entre as propostas do documento, intitulado "O BB que nós queremos", estão: alinhar as estratégias do banco às do governo federal, priorizar o microcrédito produtivo orientado, incrementar o Programa Nacional de Desenvolvimento da Agricultura Familiar (Pronaf), restabelecer o papel do BB no comércio exterior e resgatar o papel da Fundação do Banco do Brasil como disseminadora de tecnologias sociais.
O presidente do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre, Everton Gimenis, entregou uma carta que pede a atuação do ministro pelo fim da reestruturação das Gerências Regionais de Comércio Exterior (Gecex) do BB em todo o país, incluindo o cancelamento da transferência de colegas lotados na capital gaúcha para Curitiba.
"Defendemos que não há necessidade de reestruturação alguma. Ao contrário, o que o BB precisa é contratar mais gente para o escritório de Porto Alegre. Transferir a Gecex significa perda de competitividade dos produtos gaúchos para a exportação. Não é bom para o banco. Não é boa para ninguém essa reestruturação", disse Gimenis.
Em Porto Alegre e em todo o país, os dirigentes sindicais e funcionários da Gecex têm feito protestos e manifestações, o que já levou o BB a estender o prazo da reestruturação. O BB impõe mudanças que estão prejudicando as carreiras e as vidas pessoais dos seus trabalhadores.
A Contraf-CUT tem atuado lado a lado com os sindicatos contra a reestruturação em andamento no banco. "Além de orientar protestos, já encaminhamos dois ofícios para a Diretoria de Relações com os Funcionários (Diref) do BB, criticando duramente esse modelo de reestruturação das Gecex e dos Centros de Suporte do Atacado (CSA)", salientou Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT.
Berzoini, que é funcionário do BB e ex-presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo e da extinta Confederação Nacional dos Bancários (CNB-CUT), foi muito receptivo e disse que encaminharia a demanda dos bancários à diretoria do Banco do Brasil.
O movimento sindical tem demonstrado que não há necessidade de reestruturação no BB, como fechamento de escritórios e remanejamento de empregados para outras cidades. O momento é de alinhamento do BB às políticas públicas e de valorização dos seus funcionários.
Além de Berzoini, a reunião do Comando e da Executiva da Contraf-CUT contou com a participação dos deputados federais Erika Kokay (PT-DF) e Assis Carvalho (PT-PI). Ambos são bancários da Caixa Econômica Federal. Eles também fizeram uma avaliação da conjuntura, contribuindo para os debates do movimento sindical para enfrentar a disputa política no próximo período, que exigirá muita determinação e luta da categoria e da classe trabalhadora.
Fonte: Contraf-CUT
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