03/12/2015 12:35:07
A última campanha dos bancários mostrou mais uma vez a importância de manter firme a luta pelo fim das metas abusivas. Sem esmorecer, a cada ano a categoria alcança avanços. Em 2015 foi a inclusão da cláusula 57 na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). Ela funciona como um complemento à cláusula 56 – de prevenção de conflitos no ambiente de trabalho – que já existe desde 2010 e vem alcançando resultados capazes de impossibilitar aos bancos negar que haja cobranças exageradas por metas.
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“Os resultados da ferramenta de denúncia, de janeiro de 2011 para cá, são alarmantes. A maioria das queixas no nosso canal trata de metas abusivas, o que está totalmente relacionado ao assédio moral. E isso em todas as instituições financeiras, mesmo em bancos públicos. O aumento considerável das denúncias a cada ano pedia esse aprimoramento conquistado este ano”, ressalta Dionísio Reis, secretário de Saúde do Sindicato.
A nova cláusula consiste num programa de desenvolvimento e organização para melhoria contínua das relações de trabalho. A prevenção de conflitos já prioriza a construção de um ambiente saudável, promoção de valores éticos, morais e legais, além do comprometimento dos bancos para que o monitoramento de resultados ocorra com equilíbrio, de forma positiva. “Mas não é isso que ocorre. E continuamos pressionando os bancos que descumprem a convenção coletiva. Os exemplos da abusividade são as denúncias que chegam ao Sindicato”, alerta Dionísio.
Essa nova cláusula conquistada será um dos temas da mesa de saúde do trabalhador com a Fenaban, agendada para 9 de dezembro, às 15h, na sede da federação dos bancos, em São Paulo.
Novo passo – “A partir deste ano, os bancos, por meio de um termo de entendimento, um compromisso formal, aderiram ao programa. Isso agora faz parte da CCT. Em maio de 2016 ocorrerá uma primeira reunião de acompanhamento das iniciativas até então realizadas, em conjunto com a Fenaban e a Contraf”, explica.
Essa reunião debaterá as cobranças por metas que extrapolam o bom senso e os limites da saúde do trabalhador. Participarão representantes dos bancos e também dos representantes dos bancários, via comissões de empresas de cada instituição financeira. “Queremos dar efetividade à cláusula 57, priorizando os valores morais e legais. Quando a cobrança não respeita o afastamento de um bancário, férias, licença-maternidade, fazendo com que colegas tenham de assumir as metas e aumentando essas demandas de maneira exorbitante, esses valores deixam de existir”, ressalta.
Excessos, sim – No primeiro dia de negociação da Campanha 2015, em 2 de setembro, os bancos reconheceram que pode haver excessos na cobrança de metas por parte dos gestores. “Lutamos para melhorar as condições de trabalho e a cada ano um passo é dado nesse sentido. Por mais difícil que seja a realidade dos bancários diante das cobranças e do assédio moral, não podemos deixar de colocar o dedo na ferida e ignorar esse problema tão complexo. Quase todas as agências têm um bancário afastado ou tomando medicamento. Repensar esse modelo é urgente!”, conclui o dirigente sindical, ressaltando a importância da participação dos bancários, denunciando os problemas nos locais de trabalho. “A ferramenta só funciona com a atuação conjunta entre Sindicato e bancários.”
Fonte: Sindicato dos Bancários de SP
Gisele Coutinho – 2/12/2015