17/05/2019 12:33:00
A Secretaria Nacional de Combate ao Racismo da CUT, reuniu, nos dias 14 e 15 de maio, na cidade do Rio de Janeiro, o coletivo para debater a conjuntura e os impactos da política do atual governo na vida da população negra, como reforma trabalhista e da previdência, encarceramento em massa da população negra e projeto anticrime.
De acordo com dados do Mapa da Violência de 2018, estudo realizado pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) o Brasil teve, em um ano, 62.517 assassinatos, 30 vezes maior que o número de toda a Europa.
O perfil da esmagadora maioria das vítimas são jovens homens de 15 a 19 anos, especialmente negros das favelas e periferias, que respondem por 56,5% dos óbitos, com mortes violentas. O estudo revela ainda que, 71,6% das pessoas assassinadas são negras ou pardas.
Para o Secretário de Combate ao Racismo da Contraf-CUT, Almir Aguiar, “a polícia brasileira é a que mais mata, mas também a que mais morre no mundo, nessa guerra insana, fruto da maior desigualdade social do planeta, que escolheu historicamente a cor do seu alvo, o povo Preto. No entanto, o Ministro Sérgio Moro, quer legalizar o crime de estado. O pacote anticrime tem este espírito que ganha coro na classe média, assustada com a violência, onde a solução reducionista é “bandido bom, é bandido morto”, afirmou.
Na sua fala sobre conjuntura, o ex-ministro Edson Santos, da Secretaria Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), do governo Lula, destacou a importância do Estatuto da Igualdade Racial para a população negra, e a política de cotas nas universidades, proporcionando o acesso de milhares de negros no curso superior.