Defender o PT é defender a CUT e sindicatos, diz dirigente

22/05/2015 13:33:11

O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, alertou, durante o terceiro dia do Seminário Nacional de Estratégia do Ramo Financeiro, sobre o ataque à democracia brasileira orquestrado por setores de direita. "Precisamos iniciar uma batalha em defesa da esquerda. A não defesa da esquerda resultará no esfacelamento do Partido dos Trabalhadores."

 

Segundo ele, há hoje uma criminalização do PT e também dos movimentos sindicais e do MST. "Não podemos pensar em hegemonia da sociedade sem um partido forte de esquerda, que tenha oportunidade de transformar nossas lutas em realidade". Freitas acredita que o movimento sindical tem um papel importantíssimo neste processo, porém, não faz a evolução política. "Para disputar a hegemonia da sociedade precisamos de um partido político forte."

 

O presidente da CUT classificou o atual cenário político do Brasil como "uma guerra de classe". A defesa do PT, para ele, significa "a defesa da esquerda brasileira, da CUT, dos sindicatos, a dos trabalhadores e das organizações e movimentos sociais". Se não ocorrer essa defesa, "a gente vai ver amanhã o que acontecerá com a CUT e os sindicatos".

 

Freitas admite problemas internos no PT. "É óbvio que os petistas precisam rediscutir o partido, como o queremos no futuro. Mas, antes disso, temos de defendê-lo. A oposição busca muito mais do que atacar Dilma e Lula, eles querem cassar o registro do partido. O que significaria o avanço da direita", acredita.

 

Para o presidente da CUT, o Brasil vive hoje um paradoxo. "Depois de uma eleição polarizada, a esquerda venceu, mas a direita governa. Isso, porque impôs à população propostas conservadoras e homofóbicas. A discussão é muito maior que econômica. A sociedade tem debatido em cima de propostas conservadoras."

 

O dirigente apontou que a disputa da hegemonia também passa pela mídia. "Atualmente, temos apenas uma mídia burguesa. Ela é peça fundamental da desconstrução da esquerda. Disputar a hegemonia é isso, nós precisamos questionar, confrontar. A direita quer nos descontruir, nos destruir."

 

Ele convocou os dirigentes para organizar uma frente ampla em defesa das conquistas do povo brasileiro. "Cabe a nós sermos protagonistas neste debate com a sociedade. Nossa discussão interna é intramuros. Nossa imagem externa tem de ser de defesa das conquistas, continuar avançando e não permitir um retrocesso imposto pela direita."

 

O bancário e prefeito de Araçatuba, Aparecido Sério da Silva, mais conhecido como Cido Sério, também participou do evento e ressaltou a importância dos bancários nas conquistas que o Brasil obteve nos últimos 12 anos. "A categoria bancária foi fundamental nessas mudanças."

 

Ele concordou com Wagner Freitas na avaliação sobre os ataques sofridos pelo PT. "Para rebater aos ataques, temos de manter o espírito do trabalho de base e defender os trabalhadores, como sempre fizemos tão bem. E, assim, manter o que construímos."

 

Fonte: Contraf-CUT