19/10/2015 09:21:48
Bancos bem que tentam, ordenam trabalho na madrugada, desrespeitam a lei de greve, mas a força de milhares de trabalhadores está aí para arrancar nova proposta dos banqueiros
São Paulo - Onze dias de greve e nada de os bancos se mexerem. Se acham que vão vencer os bancários pelo cansaço, estão enganados. Cada vez mais trabalhadores participam da mobilização em todo o Brasil, uma das maiores da categoria nos últimos anos. Na sexta-feira, 11º dia da paralisação por tempo indeterminado, foram cerca de 60 mil parados em 828 locais de trabalho, sendo 804 agências e 24 centros administrativos em São Paulo, Osasco e região.
No Brasil, em todos os 26 estados e no Distrito Federal, pararam 12.277 agências e 44 centros administrativos.
Ainda na sexta, com uma grande manifestação na Paulista, que abriga as sedes da Fiesp e da Petrobras, bancários, petroleiros, pequenos agricultores e trabalhadores da indústria da alimentação uniram-se na defesa da Petrobras como patrimônio brasileiro e contra a exploração.
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“Os bancos não fazem nova proposta há 21 dias. Ao invés de valorizar os principais responsáveis pelos seus lucros bilionários (R$ 36,3 bilhões em seis meses), tentam impedir o direito de greve dos trabalhadores”, disse Juvandia Moreira, presidenta do Sindicato.
Os funcionários do Bradesco Financiamento, que fica na Alameda Santos, região da Paulista, cruzaram os braços pela primeira vez e fortaleram a greve. Também do Bradesco pararam o Núcleo Alphaville, Prédio Paulista, Telebanco e Nova Central.
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No Banco do Brasil fecharam o CSA e prédio da Rua 15 de Novembro, no Centro, Complexo São João, CABB e SAC na Verbo Divino. Caixa na Rua Carlos Sampaio e na Paulista também ficaram paralisadas.
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Os centros administrativos Casa 1 e 3 do Santander permanecem fechados. Dirigentes sindicais passaram a madrugada de pijama em frente ao Vila Santander em um ato lúdico para denunciar a tentativa do banco em desrespeitar a lei de greve enviando carros para buscar seus funcionários para furar a greve. A concentração continua fechada nesta sexta. Anteriormente, o Itaú já havia sido flagrado praticando a mesma ilegalidade, sendo condenado pela Justiça.
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Do Itaú, fecharam ITM, CA Raposo, CAT, CTO, CA Brigadeiro, Orbital, IBBA, GPSA, prédios das ruas Fábia e Jundiaí. Centenas de agências permaneceram sem atividade no Centro Novo e Velho, Avenida Paulista, zonas norte e oeste.
Tuitaço - Participe também do tuitaço #exploraçãonãotemperdão e mostre sua indignação com a falta de nova proposta. Vale reclamar das condições de trabalho, do assédio moral, da falta de plano de cargos e salários no seu banco, da pressão para cumprir metas exorbitantes. Mande seu recado para os banqueiros pelo Twitter e siga o perfil do Sindicato: @spbancarios. Também vale usar a hashtag no Facebook; curta a página do Sindicato!
É possível negociar – Outros setores da economia, nem tão pujantes como o financeiro, apresentaram propostas para seus trabalhadores, muitos deles atingidos diretamente pela crise internacional. É o caso dos metalúrgicos, que estão em campanha e têm a mesma data base dos bancários: 1º de setembro. Apesar de sofrerem diretamente os efeitos da queda na venda de automóveis e caminhões, dezenas de empresas do ABC paulista ofereceram aos seus empregados a garantia do índice que recompõe pelo menos a inflação do período, de 9,88%.
O setor químico de São Paulo, também propôs aos seus empregados a correção dos salários pelo percentual equivalente à variação integral do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do período de novembro de 2014 a outubro de 2015, que deverá girar em torno de 10%. A data-base da categoria é 1º de novembro.
“Como pode um setor em que a crise passa longe querer impor perdas aos seus empregados?”, questiona a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira. “Os bancos estão mais uma vez comprovando sua falta de compromisso, não só com seus empregados, a quem tentam convencer ser parte de um “time”, mas também com o país e toda a sociedade brasileira. É um setor que tem totais condições de ajudar o país a sair da crise, retomar o crescimento, mas faz o contrário.”
Redação - 16/10/2015
(Atualizado às 19h12)