14/10/2019 12:27:00
Com o mote “Lula Livre”, a 13ª edição do Concut, que reuniu lideranças sindicais, políticas e movimentos sociais definiu estratégias para enfrentar a ferocidade neoliberal do atual governo federal.
Mais de dois mil delegados e delegadas, homens e mulheres, do campo e da cidade de todo o país participaram, de 7 a 10 de outubro, na Praia Grande, litoral de São Paulo, do 13º Congresso Nacional da CUT “Lula Livre – Sindicatos Fortes, Direitos, Soberania e Democracia”. Com a presença de líderes sindicais, políticos e movimentos sociais, os congressistas reafirmam que somente com Lula livre é possível o Brasil resgatar sua democracia, direitos trabalhistas e sua soberania.
Sindicalistas de todo o mundo pedem Lula livre
Mais de 100 sindicalistas de 50 países do mundo também participaram do Congresso. Para eles o Brasil vive um cenário conturbado, com ataques aos direitos dos trabalhadores e ampliação do desemprego.
O secretário-geral da UGT, a maior central espanhola, Pepe Alvarez, anunciou que a entidade, a mais antiga do sindicalismo espanhol, com 130 anos de existência, instituiu um prêmio internacional e o primeiro será dado a Lula. O ex-presidente é mantido preso político na sede da Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, desde 7 de abril do ano passado, depois de um processo fraudulento comandando pelo ex-juiz Sérgio Moro, que virou ministro da Justiça do governo que ajudou eleger.
“Para os trabalhadores de todo o mundo, Lula é como Mandela [ex-presidente da África do Sul, que ficou preso por 27 anos, por sua luta contra o apartheid]. A libertação de Lula é uma exigência de todo o sindicalismo internacional”, afirmou Alvarez.
Volta da democracia e da verdade
A presidenta Dilma Rousseff falou durante o ato de abertura, na noite de segunda-feira, e destacou o papel da CUT na articulação da resistência contra os abusos do governo: “Os sindicatos estão em pé e aprendendo a lutar nessa fase adversa. Não só a democracia foi ameaçada, mas uma das maiores vítimas foi a verdade”.
Nova diretoria
Os delegados e delegadas do congresso elegeram, por unanimidade, Sergio Nobre para a presidência da entidade. O metalúrgico do ABC presidirá a nova direção Nacional da CUT até 2023. A vice-presidência será ocupada pelo representante do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região, Vagner Freitas, presidente por dois mandatos. A Secretaria Geral será comandada, pela primeira vez, nos 36 anos de CUT por uma mulher, a trabalhadora rural, Carmen Foro.
Em seu discurso de posse, Sérgio Nobre destacou que o período de seu mandato será duro em consequência dos ataques aos direitos que a classe trabalhadora vem sofrendo desde o golpe de 2016, e mais fortemente nos últimos dez meses do atual governo, que só apresenta propostas de retirada de direitos sociais e trabalhistas e não tem projeto de desenvolvimento econômico, com justiça, inclusão social e geração de emprego e renda.