20/06/2023 12:26:00
A Central Única dos Trabalhadores (CUT) e demais centrais (Força Sindical, CTB, UGT, CSB, NCST, CSP Conlutas, Intersindical e A Pública), entidades sindicais, incluindo a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), e movimentos sociais realizam nesta terça-feira (20) atos em várias cidades do país para exigir a redução da taxa básica de juros (Selic). Definido pelo Banco Central (BC), o índice está em 13,75% ao ano – o mais alto do mundo. Veja abaixo todos os locais dos atos.
A manifestação faz parte da Jornada de Mobilização Contra a Política Monetária do Banco Central, que começou na última sexta (16), com uma caminhada em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista. A campanha é permanente até que o BC, comandado por Roberto Campos Neto, pare de boicotar a economia por meio da Selic elevada.
Os juros altos dificultam o crescimento da economia, porque faz com que fique mais caro às empresas expandir seus negócios, além de aumentar as dívidas em todos os setores, incluindo das famílias e do governo, com os gastos com contratos de empréstimos e com cartões de crédito.
“Os únicos beneficiados com a prática de uma Selic elevadíssima são os rentistas, detentores dos títulos da dívida pública por meio do Tesouro Direto. No Brasil, os maiores detentores desses títulos são os banqueiros e grandes especuladores, que recebem bilhões de reais que o governo, por meio do Tesouro, paga em juros. Logo, quanto maior a Selic, mais dinheiro sai dos cofres públicos em pagamentos da Dívida Pública, recurso que poderia ser direcionado para outras áreas, como Saúde e Educação”, explicou a presidenta da Contraf-CUT e vice-presidenta da CUT, Juvandia Moreira.
Em 2022, os gastos do governo federal com o pagamento de juros e amortizações da dívida pública somaram R$ 1,879 trilhão – aumento de R$ 464 bilhões em relação ao ano anterior, segundo levantamento da Auditoria Cidadã da Dívida. “Esse crescimento é explicado principalmente pela elevação acelerada da Selic pelo Banco Central, que alcançou 13,75% desde agosto de 2022, sob falsa justificativa de controlar inflação, provocando forte impacto no custo da dívida pública e em toda a economia do país”, destacou a entidade.