30/08/2016 13:37:50
Em uma sessão que durou mais de 12 horas, no Senado Federal, nesta segunda-feira (29), Dilma Rousseff manteve uma postura clara e incisiva, onde classificou o atual processo de impeachment como "golpe".
Dilma Rousseff lembrou do período em que foi torturada pela ditadura militar e se emocionou durante seu depoimento no Senado. Ela disse temer que, mais uma vez, a democracia esteja em sua companhia no banco dos réus. "Hoje, eu só temo a morte da democracia, pela qual muitos de nós aqui lutamos com o melhor dos nossos esforços... Não tenho dúvida de que todos nós seremos julgados pela história".
Segundo a presidenta, “a ameaça mais assustadora desse processo de impeachment sem crise de responsabilidade é congelar por inacreditáveis 20 anos as despesas com saúde, educação, saneamento e habitação", afirmou.
Em sua última fala, Dilma exortou os senadores a serem capazes de fazer dialogar e fazer acordos para recuperar a economia brasileira. “Acredito que o país precisa de todos vocês”, disse. Acrescentou que oposição e situação precisam ter “maturidade”. Falta de maturidade, segundo ela, é “tentar inventar crimes de responsabilidade onde não existem ou transformar a execução do gasto público num espaço de disputa que não tem consequências (positivas) para o país.”
O advogado de Dilma, José Eduardo Cardozo, afirmou que a presidenta deixou tudo “absolutamente claro” e não fez perguntas no encerramento da audiência.
A sessão de julgamento do processo de impeachment de Dilma Rousseff, que foi suspensa no final da noite desta segunda-feira (29), é retomada na manhã desta terça-feira (30), quando a acusação e a defesa terão uma hora e meia cada para considerações finais sobre o processo. Em seguida, há mais uma hora de fala para cada lado para réplica e tréplica.
Depois da fase de debate entre acusação e defesa, os 81 senadores podem falar por 10 minutos sobre o processo de impeachment. Antes da votação, dois senadores falam pela acusação contra a presidenta e dois, em sua defesa, por cinco minutos cada um. Em seguida, o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Ricardo Lewandowski, abre a votação, para que os senadores julguem Dilma pelo voto.
Fonte: Contraf-CUT com informações da RBA