Sem proposta dos bancos, bancários comemoram seu dia nesta quarta

28/08/2013 12:56:37

 A Contraf-CUT saúda bancários e bancárias de todo país, que formam uma das categorias de trabalhadores mais aguerridas, organizadas, mobilizadas e vitoriosas do Brasil, pelo seu dia, celebrado nesta quarta-feira, 28 de agosto, também aniversário da CUT que está completando 30 anos de fundação.

 

É um dia especial. No meio de tantas metas, pressão, sobrecarga entre as inúmeras outras dificuldades da rotina imposta pelos bancos, dê um abraço apertado no seu colega de trabalho, um sorriso maior para quem está sentado à sua frente.

 

O dia do bancário, definido há 61 anos para recordar uma das mais importantes greves da categoria, é uma referência histórica e serve de exemplo para a mobilização da Campanha Nacional 2013, que já está nas ruas de todo o país com o slogan "Vem pra luta".

 

"Parabenizamos cada bancário e bancária pela passagem do nosso dia e esperamos que nunca falte ousadia, unidade e mobilização para enfrentar todos os desafios, disputar a hegemonia na sociedade e ampliar as conquistas da categoria e da classe trabalhadora", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional dos Bancários.

 

Um pouco de história

 

Em 28 de agosto de 1951, começou uma das mais longas e vitoriosas campanhas salariais dos bancários. A categoria reivindicava um reajuste de 40%, salário mínimo profissional e adicional por tempo de serviço.

 

A contraproposta dos patrões, de 20% de aumento, foi considerada insuficiente e os bancários decidiram entrar em greve. Foram 69 dias de paralisação, até que, em 5 de novembro, a Justiça concedesse um reajuste de 31%, pondo fim à paralisação.

 

A greve de 1951 foi a primeira contra o decreto 9.070 da ditadura do Estado Novo, que proibia greves e amordaçava o movimento sindical dos trabalhadores. Foi um movimento pela liberdade sindical, em favor da democracia, contra os "atestados de ideologia" exigidos pelo Ministério do Trabalho dos candidatos a cargos sindicais, pela participação dos sindicatos na fiscalização das condições de trabalho e emprego, pela eleição de representantes dos bancários para a direção dos antigos Institutos de Aposentadorias e Pensões (o atual INSS) e pela participação dos sindicatos na fiscalização e elaboração das leis trabalhistas.

 

A data começou a ser comemorada já no ano seguinte, em 1952, por decisão do IV Congresso Nacional dos Bancários, realizado em Curitiba. Em 1957, a Assembleia Legislativa oficializou a data no Estado de São Paulo e, em 1959, o Congresso Nacional estendeu a data para todo o Brasil ao aprovar projeto do deputado federal bancário Salvador Romano Lossaco.

 

Quem somos

 

Somos quase 500 mil em todo o país - 496 mil de acordo com os dados de 2011, os mais recentes da Rais (Relação Anual de Informações Sociais), do Ministério do Trabalho e Emprego. Desses, 51% são homens e, 49%, mulheres.

 

A maior parte - 148 mil - já passou da casa dos 30 anos de idade e ainda não bateu nos 40. Mas a turma dos quarentões é grande: 120 mil. Entre 20 e 29 anos também somam mais de 100 mil e, acima dos 50, são 68 mil.

 

Na escolaridade, a ampla maioria - 340 mil - tem ensino superior completo. Outros 83 mil também têm, mas incompleto. Menos de 1% completou apenas o ensino fundamental.

 

O tempo de casa é distribuído de maneira bem mais uniforme. Mais de 116 mil abraçaram a categoria há mais de uma década, mas outros 100 mil ainda não completaram um ano de banco. Entre um e dois anos na profissão estão 89 mil e, entre cinco e 10 anos, somos 73 mil.

 

Força, mobilização e engajamento

 

A presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvandia Moreira, aponta que "os bancários fazem parte não só da história da categoria, mas do país. Já na década de 1950 tínhamos mulheres participando da diretoria do Sindicato. Lutamos contra a ditadura nas décadas de 1960 e 1970, quando, com a retomada da entidade, atuamos para romper com o modelo sindical vigente e impulsionar a categoria para novas conquistas".

 

"Resistimos bravamente à tentativa de retirada de direitos nos anos 1980 e 1990. E entramos no novo século firmes na luta, avançando nas conquistas para os bancários e toda a sociedade com as Marchas da Classe Trabalhadora", completa Juvandia.

 

O presidente do Sindicato dos Bancários de Brasília, Eduardo Araújo, lembra que todas as vitórias dos bancários e bancárias ao longo das últimas décadas foram conquistadas graças à força, à mobilização e ao engajamento da categoria.

 

"Nenhum direito dos bancários foi concedido por benesse das instituições financeiras. Os novos colegas bancários precisam saber que não existem ganhos sem luta", explica Araújo. "Todos estão de parabéns por integrar uma das categorias mais aguerridas e vitoriosas do país".

 

Na opinião de Eduardo Araújo, a categoria deve intensificar a campanha nas ruas para avançar nas negociações. "A história mostra que sem mobilização não há conquistas. Por isso, espero que o 28 de agosto incentive os trabalhadores a lutarem fortemente por mais direitos e conquistas", destaca.

 

"Desejo muito sucesso aos trabalhadores, que, com muita garra e força, conquistaram vitórias históricas. Espero contar com esse mesmo espírito combativo na Campanha Nacional deste ano. Mobilizados, podemos avançar ainda mais", conclui Araújo.

 

 

Fonte: Contraf-CUT com Seeb São Paulo e Brasília